quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Modelando uma identidade



Ilha de Colares
Escola Estadual Magalhães Barata
Diretor: Carlos Haroldo
Ensino Fundamental
Atividades da disciplina Artes
Localidade do Ariri - Zona Rural 7km


"Rua de areia, quintais sem muros, espírito de brincadeira no ar."


Ao nos propormos quebrar as amarras da sala de aula, entramos em um campo de possibilidades infinitas. Possibilidades que ajudam a significar a vivência de forma lúdica e criativa no pensar e o fazer no ensino da arte.

O clima do mangue se aproximava suavemente, cada vez que nos aproximávamos da margem do rio e do porto. O cheiro de peixe bem característico nestes contextos, era justificado pelo forte fluxo de embarcações na beira do cais: cotidiano e comércio em pleno movimento diário, regrado pelo regime das marés.




Ao chegarmos ao local onde, segundo os alunos, foi um ponto de extração de argila da década de 80 até o início dos anos 90, encontramos somente as ruínas e um grande buraco, resultado de mais de uma década de exploração excessiva da argila para a fabricação de telhas de barro para a região.



Após um b reve diálogo com os alunos sobre a importância de se desenvolver uma relação mais harmônica com a natureza, partimos para dentro do seio da nossa grande mãe. Colocamos a mão na massa, fomos em busca de uma experiência concreta e direta como nosso objeto de estudo. To car, sentir as texturas de dentro da terra, a temperatura natural da matéria bruta foi uma forma de despertar o espírito para a brincadeira. Vivenciar junto aos alunos outras formas de ver nosso espaço, nosso contexto, proporcionou descobrir outros valores contidos na relação entre professor e aluno, escola e comunidade, homem e natureza.
A atividade teve como objetivo coletar material (argila) para desenvolvermos nossas aulas dentro da escola, mas o jogo foi surgindo em um brincar contínuo, todos passaram a experimentar e criar novas formas, elaborando suas próprias representações.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Jabiraca

Olhares que se cruzam no momento da passagem
quebra da rotina ataque direto a retina.



A JabiracaAçu surge co
mo estrutura estranha rodopiando sobre seu próprio eixo, chacoalhando sobre a superfície irregular das ruas, provocando um rebuliço por onde ela passa. As Jabiracas se apresentam como um meio de provocar o transeunte na intenção de despertá-lo para outras formas de percepção urbana, instaruando outras possibilidades de atuação cotidiana.
Objeto escultórico itinerante, materialização de um desenho estranho e destoante, (re)configurado em sua própria dinâmica.
Idéias jogadas ao vento num pleno estado de deriva dentro da psicgeografia urbana da cidade, esteja no centro ou na periferia. Uma brincadeira de criança no mundo real, um jogo com o im
aginário urbano, plenitude do delírio de quem procura viver a cidade como um espaço favorável para experimentar e confrontar conceitos e valores de uma sociedade midiática que vive um eterno automatismo induzido próprio da contemporaneidade. Afrontamento a servidão, negação do voluntarismo condicionante da cidade constituída por um exercito de urbanoides escravos da velocidade.
o processo

Levado por uma necessidade crescente de modificar e intervir na realidade urbana de forma direta, resolvi iniciar um projeto que a tempos vinha tulmultuando minhas idéias como um monte de cacarecos retorcidos e enferrujados, depois batizado como Jabiraca.
Engrenagens e estruturas recolhidas nas ruas e oficinas de bicicletas da periferia foram sendo aglutinadas e resignificadas para tomar a rua como um grande palco aberto para mutações, indo de encontro ao estabelecido.

Um desejo de criar uma realidade mágica e inusitada me fez procurar meios para sua transformação de forma lúdica e original, utilizando os próprios elementos encontrados nela.